Após uma temporada repleta de riscos e experimentações, Star Trek: Strange New Worlds encerrou seu terceiro ano com um episódio que mexeu profundamente com a vida dos personagens centrais.
Dirigido por Maja Vrvilo e escrito por Dana Horgan e Davy Perez, o capítulo intitulado New Life and New Civilizations trouxe uma conclusão intensa para a trajetória de Marie Batel, além de plantar sementes para a transição da tripulação rumo à era clássica da franquia.
A produção, que vem conciliando histórias originais com a tradição de Star Trek, não se esquivou de tomar decisões ousadas no encerramento. O episódio não apenas resolveu o destino de Batel, como também aproximou figuras icônicas como Spock e Kirk, ao mesmo tempo em que abriu caminho para os rumos amorosos e profissionais dos demais tripulantes.
O adeus de Pike e Batel
O maior impacto do final ficou por conta da relação entre Christopher Pike (Anson Mount) e Marie Batel (Melanie Scrofano). Ao se tornar a Beholder, figura destinada a manter os Vezda aprisionados em Vadia Nine, Batel sacrificou sua vida pessoal em prol da galáxia. Antes de abraçar sua missão, ela criou uma realidade alternativa em que viveu ao lado de Pike: os dois se casaram, tiveram uma filha e envelheceram juntos.
Esse “presente” dado por Batel permitiu a Pike experimentar a vida que o destino cruel nunca lhe reservaria. Quando a ilusão chegou ao fim, restou ao capitão a lembrança de um amor que, mesmo breve, marcou para sempre sua trajetória.
O sacrifício de Batel explicado
A transformação de Batel em Beholder não foi um acaso. Desde sua infecção pelos Gorn, a personagem já carregava em seu corpo a fusão genética que a conectava a antigas civilizações que lutaram contra os Vezda. Ao unir essa condição ao tratamento recebido com a Flor de Quimera e ao DNA Illyriano de Una Chin-Riley (Rebecca Romijn), ela ganhou as habilidades necessárias para assumir seu papel.
Com isso, Batel não apenas encerrou sua jornada como capitã da Frota Estelar, mas se tornou guardiã eterna de um inimigo milenar. A saída da personagem da série representa um ponto de virada, e embora seja improvável seu retorno como presença constante, há espaço para participações futuras em momentos-chave.
Spock e Kirk: a primeira grande conexão
Outro destaque do final foi a aproximação entre Spock (Ethan Peck) e James T. Kirk (Paul Wesley). Para abrir o portal de Vadia Nine, a Enterprise e a Farragut precisaram de um disparo coordenado de precisão absoluta. A solução encontrada foi um elo mental entre os dois oficiais, que permitiu a sincronia perfeita.
Esse momento serviu para revelar a admiração mútua que começava a se formar entre eles, além de expor segredos pessoais que fortalecem a relação. Ao término, Spock e Kirk reafirmaram a amizade e a promessa de continuarem lado a lado no futuro. O gesto antecipa a parceria histórica que os dois terão na nave estelar dentro da série original.
Amores e dilemas continuam no horizonte
Embora a despedida de Pike e Batel tenha roubado a cena, outros romances ainda têm espaço garantido na narrativa. O relacionamento de Christine Chapel (Jess Bush) com Roger Korby (Cillian O’Sullivan) seguirá em desenvolvimento, especialmente porque o cientista ficou em Skygowan para estudar a tecnologia dos Vezda. Ao mesmo tempo, os sinais de um lado obscuro em Korby indicam que a trama pode se tornar mais sombria na próxima temporada.
Spock e La’an (Christina Chong) também devem aprofundar sua relação, agora com menos incertezas, enquanto a ausência de menções a Carol Marcus pode indicar futuras surpresas. Além disso, há expectativa para que a dinâmica entre Uhura (Celia Rose Gooding) e Beto Ortegas (Mynor Luken) retorne aos holofotes.
A Enterprise mira novos mundos
Apesar da perda pessoal, Pike não ficará estagnado. A pesquisa de Korby sobre os Vezda revelou centenas de planetas inexplorados, oferecendo à Enterprise material suficiente para uma nova missão de cinco anos. Esse gancho conecta o futuro imediato da série com a tradição da franquia, que sempre usou a exploração como pilar narrativo.
Com a quarta temporada já confirmada, e a quinta em produção, a expectativa é de que a série caminhe de forma cada vez mais próxima da transição para The Original Series. O arco de Pike, inevitavelmente, se dirige ao seu destino já conhecido, enquanto Kirk deve assumir gradualmente maior protagonismo.