O Prime Video reuniu um trio de destaque para sua nova aposta de ação e comédia: Eddie Murphy, Pete Davidson e Keke Palmer encabeçam o elenco de A Última Missão, produção que mistura perseguições e humor, mas que acaba tropeçando em uma história sem muito carisma.
A primeira impressão é a de que a experiência de Murphy, aliada ao humor irreverente de Davidson e à presença de Palmer, bastariam para transformar o filme em algo memorável. Porém, conforme a história avança, fica claro que o roteiro não oferece material suficiente para que os atores entreguem tudo o que podem.
Sinopse de A Última Missão
Na trama, Russ (Murphy) e Travis (Davidson) são motoristas de caminhão blindado que, contra a própria vontade, acabam envolvidos em um assalto milionário liderado por Zoe (Palmer).
O objetivo da criminosa é usar o veículo para realizar um roubo a um cassino em Atlantic City. Ao longo da operação, alianças improváveis surgem e dilemas morais são colocados à prova, enquanto todos tentam sair vivos de um dia caótico.
Roteiro raso
Embora existam momentos engraçados espalhados pela narrativa, a produção não consegue manter um equilíbrio constante entre o humor e emoção. A primeira metade do filme é divertida e passa a impressão de que há potencial, com o timing cômico entre Murphy e Davidsonfuncionando bem.
O problema real começa quando a trama se concentra em Zoe: o ritmo cai e a atriz não demonstra a mesma sintonia com os colegas, interferindo na dinâmica que até então sustentava a narrativa. A partir daí, o roteiro parece perder o rumo.
Palmer, apesar de ter uma personagem com mais camadas e um passado que deveria adicionar drama à narrativa, parece deslocada desde o início. Seu envolvimento com a comédia é mínimo, e sua interação com os demais personagens carece de fluidez.
Mesmo nos momentos em que seu arco deveria ser o ápice emocional do filme, a entrega acaba soando vazia. Esse problema, no entanto, não é exclusivamente da atriz, e sim de um roteiro fraco que compromete a produção.
Potencial perdido
Mesmo buscando transmitir uma mensagem de esperança por meio da redenção da personagem de Palmer, o filme carece de resoluções críveis e de consequências reais para os acontecimentos. Essa ausência de impacto compromete a força da história e evidencia a falta de profundidade.
A redenção de Zoe, que deveria ser o ápice emocional, acaba soando vazia e como uma solução fácil para encerrar o arco. Se o roteiro não tivesse tentado pender para o lado emotivo e sentimental, é provável que o filme teria se saído melhor.
Murphy, acostumado a brilhar nesse tipo de produção, ainda consegue entregar bons momentos, mas o material que recebe o limita, principalmente pela falta de consequências para o personagem. Já Davidson mantém seu estilo descontraído, mas também esbarra nas limitações do texto, que poderia explorar muito mais o potencial da dupla.
O resultado é um filme que começa promissor, mas se perde em escolhas rasas, desperdiçando o talento de seu elenco e deixando a sensação de que poderia ter sido muito mais.
A Última Missão está disponível no Prime Video.