A nova temporada de Fundação está em andamento no Apple TV+ e já lançou dois episódios que indicam uma fase mais sombria e ambiciosa da trama. Com o Império em colapso, após ter sua frota devastada no fim da temporada anterior, o controle sobre os planetas está se perdendo rapidamente.
Em meio à crise, surge uma arma poderosa chamada Novacula, introduzida no segundo episódio, que remete diretamente ao superlaser da Estrela da Morte, clássica arma de Star Wars usada para aniquilar o planeta Alderaan em 1977.
A Novacula e a memória de Star Wars
A cena em que a Novacula é acionada mostra Brother Dusk observando os resultados do armamento que ele mesmo mandou construir. A arma, embora semelhante à Estrela da Morte em formato e escala, possui um funcionamento diferente.
Em vez de explodir planetas, ela os desmantela. Toda a matéria é reorganizada em uma nova configuração, convertendo a paisagem em um aglomerado de estrelas. “Nada se perde, continua lá, mas transformado”, explica o engenheiro na série.
Esse processo, apesar de menos explosivo, também resulta na morte total de toda vida presente. A matéria persiste, mas em um estado irreconhecível, quase como se o planeta tivesse sido reescrito.
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Uma homenagem invertida a Asimov e Lucas
George Lucas buscou influências em diversos autores para criar o universo de Star Wars, e um deles foi Isaac Asimov. Agora, em um movimento quase cíclico, a série Fundação devolve o gesto ao incorporar um conceito visual claramente inspirado na saga iniciada em 1977.
Embora sua existência não esteja registrada nos livros originais de Fundação, a ideia de tecnologias capazes de remodelar civilizações está presente em diversas camadas da obra de Asimov. A série apenas atualiza esse conceito com uma roupagem mais simbólica, criando a oportunidade de devolver a homenagem.
A Novacula se inspira e subverte a ideia da Estrela da Morte, trazendo implicações filosóficas profundas e reflexivas. Afinal, é mais cruel apagar algo ou convertê-lo em algo irreconhecível? A resposta não é certa e, ao escolher esse caminho, Fundação reforça seu caráter provocativo.
Ao revisitar temas clássicos com uma abordagem ousada e contemporânea, Fundação não apenas honra seu legado, como se afirma como uma das produções mais instigantes da ficção científica atual.
A referência à icônica cena de destruição de planeta evidencia como as sagas seguem entrelaçadas por uma herança criativa respeitosa. Se antes Asimov inspirou George Lucas, agora a série do Apple TV+ devolve a influência ao incorporar e reinventar esse símbolo da ficção científica em seus próprios moldes.
