Atenção, fãs de ficção científica: a terceira temporada de Fundação chegou para abalar as estruturas do universo criado por Isaac Asimov e, olha, ela não está economizando nas mudanças! Se você é daqueles que devorou os livros e esperava uma adaptação fiel, prepare-se: a série do Apple TV+ resolveu mudar o maior vilão da saga, criando algo novo e ousado, que já está dando o que falar.
Mas por que mudar algo tão importante? E, mais ainda, será que essa mudança faz sentido? Calma, a gente explica. Segue na leitura que você vai entender por que Fundação está apostando alto nessa transformação.
O desafio de adaptar as obras de Asimov
Transformar as palavras de Isaac Asimov em imagens não é tarefa fácil. Os livros de Fundação são densos, cheios de conceitos como psicohistória (uma mistura de matemática e sociologia para prever eventos em larga escala), filosofia e discussões políticas. A ação, quando existe, muitas vezes acontece nos bastidores ou é apenas mencionada.
Por isso, a série precisou fazer algo ousado: transformar uma história cheia de diálogos e reflexões em um verdadeiro blockbuster de ficção científica, com batalhas épicas, personagens carismáticos e cenas de tirar o fôlego. E, até agora, isso vem funcionando, mas exigiu mexer em elementos centrais, como os vilões.
Quem é The Mule e por que ele importa tanto?
Se você não leu os livros, aí vai um resumo rápido (sem spoiler pesado, prometo): The Mule é um mutante com habilidades psíquicas que consegue manipular emoções. Ele é o maior risco ao plano do visionário Hari Seldon, porque sua existência não foi prevista pela psicohistória.
Na terceira temporada, interpretado por Pilou Asbæk (conhecido por Game of Thrones), The Mule já chega com tudo. Ele aparece logo na primeira cena, dominando um planeta inteiro sem disparar um tiro sequer. A série deixa claro: aqui não tem espaço para construções lentas, o caos chegou.
Segundo o ator, essa foi uma decisão consciente do criador David S. Goyer: “Ele precisava ser uma ameaça desde o começo. Ele foi provocado na segunda temporada, mas tinha que entrar abalando o Império e a Fundação.” Resultado? Uma presença poderosa que dá foco e tensão à temporada.
Magnifico Giganticus: o trunfo inesperado
Outro personagem que ganhou destaque foi Magnifico Giganticus (vivido por Tómas Lemarquis), o bobo da corte de The Mule. Ele toca um instrumento futurista chamado visisonor, que emite sons e imagens, pense em algo ainda mais impressionante que o baliset de Duna.
Nos livros, Magnifico e The Mule são, na verdade, a mesma pessoa (uma das grandes reviravoltas da trama). Mas a série optou por separá-los em dois personagens distintos, mantendo a essência de ambos. Isso permite que o público tenha um vilão físico, imponente, ao mesmo tempo, em que aproveita a figura enigmática de Magnifico como possível chave para derrotá-lo. Uma troca corajosa, que sacrifica a surpresa momentânea do livro, mas oferece riqueza narrativa para a série.
Como a mudança fortalece a narrativa da série
Essa decisão de dividir os personagens trouxe uma vantagem clara: foco. Agora, todos na trama sabem quem é o inimigo, e as histórias correm na mesma direção, aumentando o senso de urgência. Toran (Cody Fern) e Bayta Mallow (Synnøve Karlsen), descendentes de heróis da segunda temporada, têm papéis cruciais nessa batalha, e o público sente que cada movimento importa.
Além disso, essa escolha permite à série explorar novos caminhos, até conectando pontos com a série dos Robôs, outra obra famosa de Asimov. Para quem conhece os livros, é um prato cheio de referências. Para quem não conhece, é simplesmente uma ótima ficção científica.
Fundação no seu auge: caos e surpresas
Com The Mule no centro da narrativa, a terceira temporada de Fundação alcança seu momento mais emocionante. Agora, o perigo não é apenas previsível ou calculável: é puro caos, algo que desafia o próprio coração da psicohistória.
Essa imprevisibilidade faz com que cada episódio seja uma montanha-russa, cheia de reviravoltas. Para quem acompanha desde o início, a sensação é de recompensa. Para os novatos, é um convite irresistível para mergulhar de cabeça nesse universo ambicioso, que mistura política, filosofia e ação de forma brilhante.
A mudança que era necessária
No fim das contas, mudar The Mule foi mais do que uma escolha ousada, foi necessária. A série precisava de um vilão à altura do espetáculo visual e emocional que estava construindo. E ela conseguiu.
Se você é fã das obras de Asimov, prepare-se para surpresas. Se você chegou agora e não conhece nada, não se preocupe: Fundação está aí para mostrar que boas histórias conseguem conversar com todo tipo de público, seja ele leitor de longa data ou apenas alguém em busca de uma ótima série de ficção científica.
Os primeiros 2 episódios da 3ª temporada estão disponíveis na Apple TV+.