Todo mundo acha que conhece o Superman. Ele é o herói perfeito, o símbolo da justiça, o último filho de Krypton. Só que… não é bem assim. Ao longo dos anos, a DC moldou a imagem de Clark Kent com tanta frequência, e em tantos sentidos diferentes, que o que vemos hoje nas HQs, nos filmes e nas séries muitas vezes não passa de uma grande ilusão.
Por trás do uniforme azul e do símbolo inconfundível no peito, existe uma teia de mentiras, contradições e reinvenções que poucos fãs percebem. Não estamos falando só de detalhes técnicos ou mudanças pontuais, mas de elementos fundamentais sobre quem ele é, de onde veio, o que pode fazer, e até se realmente morreu. Se você cresceu acreditando em tudo o que disseram sobre o Homem de Aço, talvez seja hora de rever suas certezas.
Os poderes de Superman mudam o tempo todo
Quando Superman surgiu em 1938, ele não voava. Isso mesmo. Ele apenas pulava bem alto. Mas logo ganhou o poder de voar, e depois vieram a visão de calor, o sopro congelante, a super-audição e tantos outros. Até aí, tudo bem, heróis evoluem. Mas a verdade é que, em certos momentos, os poderes do Superman chegaram ao nível do ridículo.
Durante a Era de Prata dos quadrinhos, ele ganhou habilidades como superventriloquismo, superhipnose e até a capacidade de criar pequenos clones de si mesmo com os dedos. Parece exagero? Pois está tudo lá, registrado nas páginas antigas. Até mesmo nos filmes, como em Superman (1978), ele literalmente gira a Terra ao contrário para voltar no tempo. A DC quis que você acreditasse que isso fazia sentido… e muita gente acreditou.
Krypton explodiu… mas ninguém sabe porque
Todo fã conhece o básico: Krypton era um planeta condenado, Jor-El tentou alertar o conselho, não foi ouvido, mandou o filho para a Terra e… boom! Só que dependendo da versão, esse “boom” muda completamente de causa. Já culparam instabilidade geológica, negligência política, e até vilões como Brainiac e Rogol Zaar pelo colapso do planeta.
Em All-Star Superman, bastam quatro palavras para resumir o trauma: “Planeta condenado. Cientistas desesperados. Última esperança. Casal bondoso.” Simples, direto, e convincente. Mas a DC já fez tanto retcon (reescrita de passado) que ninguém mais sabe qual é a verdade oficial. Enquanto o Batman sempre teve uma origem consistente — com Thomas e Martha Wayne morrendo em um beco, o Superman parece viver em um eterno ciclo de versões alternativas.
Batman venceria Superman? Só se o roteirista quiser
Essa é uma das maiores mentiras da cultura pop: que o Batman, com planejamento e tecnologia, pode derrotar o Superman. Já vimos isso em O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, no cinema com Batman vs Superman, e em vários desenhos. Mas a verdade é simples: se o Superman quisesse, acabava com tudo em segundos.
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Ele tem superforça, velocidade absurda, visão de calor e voa. Já o Batman é… um humano com gadgets. Quando Bruce Wayne vence, é porque o roteirista quis agradar os fãs do Morcegão. A DC sabe disso e alimenta o debate porque vende. Mas do ponto de vista lógico, essa luta nem deveria existir. E se existe, é sempre com ajuda externa, armaduras, criptonita e um enredo moldado para dar a ilusão de equilíbrio.
Superman não é o mais rápido que o Flash, nunca foi
Se você já viu alguma corrida entre Superman e Flash e achou que o resultado era dúbio, foi proposital. Em vários quadrinhos e animações, os dois competem para ver quem é mais rápido. A DC adora criar esse tipo de dúvida, mas aqui vai à verdade: o Flash é o mais rápido. Ponto.
Barry Allen consegue atravessar o tempo, mudar realidades, abrir portais para outras dimensões, tudo correndo. Superman já quebrou a barreira do tempo uma vez… voando. E foi num filme. A DC gosta de fingir que os dois estão no mesmo nível, mas isso só serve para inflar o Superman ainda mais. Na prática, ninguém supera o Flash quando o assunto é velocidade. Mas a editora finge o contrário para não “diminuir” seu astro principal.
Jor-El morreu… até que não morreu mais
O pai de Superman, Jor-El, é peça-chave na história do herói. Ele salvou o filho ao mandá-lo à Terra e morreu junto com o planeta. Isso sempre foi tratado como definitivo… até que resolveram trazer o personagem de volta. Sim, a DC trouxe Jor-El de volta em um arco recente envolvendo até o Dr. Manhattan.
Mas o problema não é só o retorno. É o comportamento. O Jor-El ressuscitado não é o mesmo cientista ético e corajoso. Ele é manipulador, frio e causa uma série de problemas à família de Kal-El. Ou seja, além de alterar um ponto fixo da história, a editora ainda distorceu completamente o personagem. A pergunta que fica é: o que vale então? Aquilo que nos contaram por anos ou a nova versão maluca que empurraram recentemente?
Superman nunca foi o “último filho de Krypton”
Durante décadas, a DC insistiu que Superman era o último sobrevivente de Krypton. Isso fazia parte da sua aura de solidão, de ser único. Só que, com o passar dos anos, essa ideia caiu por terra e ninguém mais lembra. Hoje, temos a Supergirl, General Zod, Faora, Krypto, a cidade engarrafada de Kandor, sobreviventes aleatórios e até clãs kryptonianos escondidos.
A ideia do “último filho de Krypton” só serve como frase de efeito. Porque, na prática, o universo está cheio de outros kryptonianos. A própria DC criou esses personagens, tirando totalmente o peso emocional da solidão do Superman. A pergunta que fica é: se ele não é o último, o que sobra da sua identidade?
