O universo de The Batman ganhou força justamente por fugir do padrão tradicional das adaptações de super-heróis. A abordagem mais realista e sombria de Matt Reeves resgatou o lado detetive do personagem, mergulhando Gotham em um ambiente denso e repleto de nuances morais.
Esse clima, mais próximo do suspense e do noir do que da ação explosiva, abriu caminho para antagonistas menos óbvios e ainda mais perigosos.
Com o roteiro de The Batman 2 já entregue por Reeves e a expectativa em torno da sequência aumentando, começam a surgir especulações sobre qual vilão poderá ameaçar a estabilidade recém-estabelecida do Cavaleiro das Trevas.
Entre tantos nomes possíveis, um se destaca por seu potencial narrativo e pelo impacto que poderia causar na trama: Professor Pyg. No entanto, para que ele funcione de verdade, o filme precisaria abraçar uma classificação indicativa mais alta.
Professor Pyg é um dos vilões mais perturbadores de Gotham
Introduzido nos quadrinhos em 2007, Professor Pyg se tornou rapidamente um dos antagonistas mais sombrios do universo de Batman. Diferente de figuras como o Charada ou o Pinguim, ele não busca poder ou controle social.
Seu objetivo é a “perfeição”, e para alcançá-la, realiza cirurgias grotescas em suas vítimas, transformando-as em versões distorcidas de sua ideia do que seria um ser humano ideal.
Essa abordagem o torna especialmente ameaçador dentro da proposta realista de The Batman. Pyg não tem poderes sobrenaturais, nem equipamentos futuristas. É apenas um homem profundamente perturbado, com conhecimento médico e uma visão distorcida da realidade.
Um vilão que exige uma abordagem mais adulta
A natureza gráfica dos crimes cometidos por Pyg tornaria difícil adaptar o personagem em um longa com classificação indicativa mais branda. Mesmo suas aparições anteriores em animações e jogos sempre foram limitadas por esse fator, evitando mostrar a fundo os aspectos mais perturbadores de sua psique.
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Para que The Batman 2 consiga representar o vilão de maneira fiel e impactante, seria necessário explorar territórios mais sombrios, aproximando o filme do gênero do horror psicológico.
Reeves já demonstrou habilidade em trabalhar com tensão e atmosfera, e incluir Pyg poderia ser uma forma de intensificar essa proposta. No entanto, é improvável que os estúdios autorizem uma mudança tão radical na faixa etária do filme.
Professor Pyg ampliaria o alcance temático da franquia
Enquanto o primeiro The Batman focou em temas como corrupção, legado e vingança, a inclusão de um vilão como Pyg permitiria explorar novas camadas da cidade e da própria psique de Bruce.
O vilão atua como um espelho distorcido da busca por controle e ordem, questionando até onde se pode ir em nome da perfeição. A tensão entre o instinto justiceiro do Batman e os métodos extremos do vilão poderia render discussões mais profundas sobre moralidade e obsessão.
Para que essa abordagem funcione, no entanto, seria necessário ter liberdade criativa suficiente para não suavizar os horrores cometidos. E essa liberdade esbarra na classificação indicativa do filme, uma barreira difícil de superar em grandes produções de estúdio.
Apesar das limitações, a escolha por Professor Pyg seria um movimento ousado e alinhado ao tom que Matt Reeves já estabeleceu para o universo de The Batman. A aposta em um vilão menos conhecido, mas extremamente marcante, poderia evitar comparações com versões anteriores de antagonistas mais populares e ainda trazer frescor à narrativa.
Além disso, Pyg permite expandir a mitologia de Gotham por outros ângulos, misturando drama urbano e crítica social. Mesmo que o personagem não seja o vilão central da trama, sua presença adicionaria camadas importantes à construção da história.
