Batman é um dos maiores heróis da cultura pop. Sua origem é quase mítica, seu símbolo é reconhecido no mundo inteiro e sua influência vai muito além das páginas dos quadrinhos. Mas nem tudo sobre o Cavaleiro das Trevas envelheceu como vinho. Algumas ideias, atitudes e decisões criadas ao longo das décadas parecem hoje desconfortáveis ou até mesmo contraditórias com o personagem que tanto admiramos.
Na década de 1930, era inspirador imaginar um homem rico usando sua fortuna para combater o crime com as próprias mãos. Bruce Wayne era o exemplo de filantropo, investindo em tecnologia, pesquisas e, claro, gadgets incríveis para lutar contra o mal. Mas os tempos mudaram, e a imagem de um bilionário mascarado espancando pessoas pobres nos becos de uma cidade em ruínas começou a levantar questionamentos.
Mesmo que os quadrinhos sempre mostrem Bruce como um benfeitor que investe em educação, saúde e programas sociais, muitos fãs não conseguem mais ignorar o contraste entre sua fortuna e a decadência de Gotham. Afinal, por que ele prefere bater em criminosos ao invés de resolver a raiz do problema com investimentos sociais mais robustos? Essa dúvida fica cada vez mais forte sobre o personagem.
Pouca gente lembra, mas nas primeiras décadas, Batman era praticamente um policial honorário de Gotham. Ele chegou a ser “deputizado”, algo que hoje parece um completo absurdo na narrativa sombria e crítica que a franquia adotou. A ideia de um vigilante mascarado, agindo com o aval da polícia, era normal nos anos 50, mas hoje soa desconectada da realidade e da essência do herói.
Isso se agrava ainda mais quando consideramos que a corrupção na própria polícia de Gotham se tornou parte fundamental da história moderna do personagem. Mesmo com o comissário Gordon sendo um dos poucos bons policiais da cidade, a ideia de Batman como “braço da lei” perdeu completamente o sentido. Atualmente, ele é visto como alguém que combate tanto o crime quanto o sistema falido que o permite.
Robin é um dos parceiros mais clássicos do Batman, e seu papel foi essencial para transformar o herói em um símbolo mais acessível nas primeiras gerações. Mas convenhamos: com o tipo de inimigos que Batman enfrenta hoje, deixar uma criança ou adolescente ao seu lado parece, no mínimo, irresponsável.