Em meio a tantas opções no catálogo das plataformas, encontrar uma série curta, inteligente e ao mesmo tempo sensível é quase como achar um tesouro escondido. Quem esbarrou em Station Eleven, na HBO Max, provavelmente teve essa sensação. A produção passa longe das fórmulas repetidas do gênero pós-apocalíptico e aposta na arte como sobrevivência.
Com apenas 10 episódios e baseada no livro homônimo de Emily St. John Mandel, a minissérie foi lançada em 2021, num momento em que o mundo ainda se recuperava das marcas recentes deixadas pela pandemia de COVID-19.
A trama de Station Eleven se passa após a disseminação de uma gripe que dizima grande parte da população mundial. Com um planeta devastado, os sobreviventes tentam reconstruir o que sobrou de civilização e, mais do que isso, encontrar sentido em meio ao caos.
Um dos elementos centrais é a sinfonia itinerante, um grupo de artistas que percorre povoados isolados apresentando peças de Shakespeare. Essa companhia teatral funciona como uma espécie de fio condutor, conectando vidas fragmentadas por traumas e memórias.
Ao explorar a força das histórias e das conexões humanas, Station Eleven se afasta da violência crua típica do gênero para entregar algo mais emocional e introspectivo. A semelhança com a realidade é inevitável. Embora escrita antes da pandemia de COVID-19, a obra ganhou contornos ainda mais impactantes ao ser exibida logo após os lockdowns globais.
Diferente de muitas produções que se estendem além do necessário, Station Eleven foi pensada desde o início como uma história fechada. O criador Patrick Somerville deixou claro que a intenção era contar um arco completo em apenas uma temporada, respeitando o formato do livro original.
Essa decisão evita os riscos de desgaste e perda de impacto. Cada episódio tem uma função dentro do conjunto e contribui para que o desfecho seja coerente e emocionalmente satisfatório. Além disso, a recepção crítica foi bastante positiva.