O primeiro Karatê Kid marcou gerações, mas nem tudo foi perfeito. Um dos maiores erros da franquia aconteceu bem diante dos nossos olhos e ficou pendente por 39 anos: a forma como foi tratado. Mesmo sendo um personagem com potencial, ele foi reduzido a um vilão genérico, sem profundidade ou chance real de redenção dentro da própria trilogia original.
Episódio apresenta um novo dispositivo que muda uma das premissas clássicas da TARDIS.
Só muito tempo depois, com a chegada da série Cobra Kai, é que Johnny finalmente ganhou espaço para mostrar quem realmente era, alguém muito mais complexo do que um simples valentão. Agora, Karatê Kid: Lendas pode fazer diferente desde o início, e o nome da vez é Connor.
Karatê Kid: Lendas tem a chance de fazer história ao evitar repetir o erro do passado. Connor, o novo antagonista, não precisa seguir o mesmo caminho de Johnny. Em vez de ser um obstáculo raso no caminho do herói, ele pode ser apresentado como um personagem tridimensional, com dilemas internos, motivações reais e, acima de tudo, com espaço para evolução.
É nisso que o novo filme pode brilhar. A franquia aprendeu com os anos e viu, através de Cobra Kai, que personagens moralmente complexos, como Robby e Hawk, são muito mais envolventes. Connor pode ser construído nessa mesma linha, mas com algo ainda mais interessante: a chance de mostrar esse lado humano já no primeiro filme.
Quem assistiu ao primeiro Karatê Kid sabe que Johnny foi pintado como o típico vilão dos anos 80: arrogante, agressivo e feito para ser odiado. O roteiro apresentou apenas uma breve atitude no final do torneio, ao reconhecer a vitória de Daniel. Mas isso foi muito pouco para um personagem que, claramente, tinha mais história para contar.
Infelizmente, a franquia original ignorou Johnny completamente nos filmes seguintes. Foi preciso esperar mais de três décadas para vermos sua verdadeira face, sua luta interna e sua redenção em Cobra Kai. Se Connor seguir por esse mesmo caminho, mas antecipadamente, Karatê Kid: Lendas pode finalmente corrigir o erro de 1984.
Li Fong, o novo protagonista, já representa uma mudança de paradigma. Ele não é um iniciante perdido, mas sim alguém que já carrega experiência em artes marciais. Isso abre espaço para um tipo diferente de conflito com Connor, um embate que pode ser menos sobre força bruta e mais sobre princípios, valores e transformação pessoal.