A primeira temporada de As Quatro Estações do Ano, da Netflix, termina com uma reviravolta que ninguém viu chegando. O que começou como um encontro entre amigos para fugir da rotina se transforma em uma jornada de perdas, reconciliações e um anúncio que muda tudo.
Se você achava que era só mais uma série sobre casais em crise, prepare-se: o último episódio entrega uma bomba emocional que costura todos os conflitos ao redor de uma revelação que redefine o futuro dos personagens.
A despedida de Nick muda tudo
A série começa leve, quase como uma crônica sobre os altos e baixos de casais de meia-idade. Mas no fim, ela entrega um baque emocional: Nick morre em um acidente de carro logo após discutir com Ginny, sua nova e jovem namorada.
O impacto da notícia é devastador para os amigos que o acompanharam por anos, e principalmente para Anne, sua ex-esposa, que mesmo ferida, ainda carregava lembranças profundas da relação que tiveram.
Esse evento força todos a encarar a morte de formas diferentes. O luto não vem só com tristeza, mas com ressentimentos, revelações e até vingança. Anne, ao tomar as rédeas do funeral, transforma a cerimônia em um acerto de contas final, um ato que provoca choque, raiva e até compaixão.
A gravidez que ninguém esperava
Durante o caos do velório, surge uma revelação que muda completamente o rumo da história: Ginny está grávida, e o pai é, provavelmente, Nick. A notícia cai como uma bomba no grupo, especialmente para Anne, que se vê obrigada a dividir um legado com alguém que ela nunca aceitou completamente.
No entanto, o choque inicial dá lugar a uma conversa honesta entre as duas mulheres. Anne finalmente reconhece que Ginny fez Nick feliz, e essa aceitação, mesmo tardia, abre espaço para uma espécie de reconciliação simbólica. O bebê se torna, então, uma representação de continuidade, um lembrete de que a vida insiste em florescer mesmo nos cenários mais dolorosos.
Jack e Katherine: entre mágoas e reconciliação
Jack e Katherine são o retrato perfeito de um casamento longo que sobrevive mais por hábito do que por diálogo. Eles se amam, mas se machucam constantemente, seja por pequenas irritações do dia a dia, seja por traições emocionais, como o beijo de Jack em Anne, que abala profundamente a confiança do casal.
Ao longo da temporada, eles tentam resolver os conflitos em sessões de terapia, mas o distanciamento emocional só cresce. É no meio da tragédia, quando Jack salva Katherine de um acidente, que os dois reencontram o ponto de conexão que parecia perdido. A frase “você é minha alma gêmea” não vem em um momento idealizado, mas na crueza da realidade, o que a torna ainda mais verdadeira.
Anne e sua última vingança
Anne é um dos personagens mais complexos da trama. Traída e abandonada por Nick, ela canaliza sua dor organizando um funeral que parece mais um protesto silencioso contra tudo que ela sofreu. Sua tentativa de manter o controle da situação revela o quanto ainda está ferida, mas também a força que ela carrega para seguir em frente.
No entanto, seu embate com Ginny não se resume a mágoa. Quando percebe que seu ato de vingança afastou todos ao seu redor, Anne decide ceder, reconhecendo a importância de Ginny na vida de Nick. É uma virada de página dolorosa, mas necessária, que mostra como o luto pode ser o gatilho para uma transformação interna.
Danny e Claude: do distanciamento à possível paternidade
O casal mais divertido, e talvez o mais instável, passa a temporada inteira tentando encontrar um equilíbrio. Danny, sempre fujão, prefere inventar desculpas a lidar com a intensidade emocional de Claude, que só quer amar e ser amado. Essa dinâmica os desgasta até o ponto em que Claude dá um ultimato: ou se comprometem de verdade ou é o fim.
Mas o final traz um sinal claro de mudança. Após o funeral, Danny encontra um desenho infantil com a palavra “Daddy” e, ao sorrir para Claude, insinua que está pronto para dar um passo além: talvez ter um filho. Mesmo sem verbalizar nada, o gesto é forte o suficiente para deixar claro que ele está disposto a enfrentar a vida adulta com o parceiro.
A série usa o fim para renovar todos os começos
As Quatro Estações do Ano brinca com as fases do ano como metáfora das mudanças nos relacionamentos. O inverno da perda dá lugar à primavera da esperança. Nick parte, mas deixa marcas em todos os personagens, forçando cada um a rever o que importa e o que precisa ser deixado para trás.
A gravidez de Ginny não é apenas uma reviravolta dramática: é um ponto final que vira reticência. O ciclo termina, mas algo novo já começa a se formar. É essa sensação de renovação que torna o final da primeira temporada tão poderoso, e tão humano.
A 1ª temporada de As Quatro Estações do Ano está disponível na Netflix.