Críticas

Crítica | Corrente do Mal

Poucos filmes de terror produzidos nos últimos anos conseguem ser inventivos ou trazer algum frescor para a fórmula batida do gênero. Corrente do Mal (It Follows) consegue surpreendentemente superar esta máxima. Com pinta de cult, o filme é de baixo orçamento e conta com direção e elenco afiado para contar uma história de deixar qualquer um com todos os pelos do corpo em pé.

A trama acompanha Jay Height (Maika Monroe), uma típica adolescente americana moradora de Michigan que decide sair em um date com um rapaz chamado Hugh. Depois de um evento bizarro no cinema, o rapaz leva a garota para o carro e mantém relações sexuais com ela. Nada de novo até aí… O problema é que Hugh confessa que passou uma espécie de maldição para a garota através do sexo. A partir daquele momento, ela passará a ser perseguida por uma entidade que poderá adotar a forma de qualquer ser humano, inclusive de pessoas conhecidas, e só ela enxergará. O objetivo desta entidade: matar o receptor da maldição.

O único meio de se livrar desta maldição é praticar sexo com outra pessoa com o intuito de “transmitir” o ônus para o próximo receptor. É claro que Jay passa por conflitos ao longo da história até decidir se deve fazer ou não sexo com alguém para salvar a sua pele. Qualquer nova informação além desta sinopse pode estragar o saboroso roteiro conduzido de maneira competentíssima em seus 99 minutos de puro terror.

Dirigida por David Robert Mitchell, a fita faz bom uso de recursos de filmagens como quando a câmera faz movimento de 360 graus em uma High School americana, revelando de forma gradual a entidade em meio ao campus cheio de estudantes. Destaque também para a trilha sonora composta especialmente para o filme pelo músico Disasterpeace, que contribui para a atmosfera de suspense com seu teclado e sintetizador desconcertante.

Corrente do Mal é terror de primeira porque sabe lidar com o elemento sobrenatural de maneira parcimoniosa e se escora muito mais no fio condutor da trama do que em sustos contínuos na platéia. Aqui os sustos são pontuais.

É fácil perceber também a influência de outro diretor cult na fita: Richard Kelly. Kelly foi o diretor do clássico cult Donnie Darko (2001) e do renegado A Caixa (2009), filmes que carregam bastante semelhança com a forma como Corrente do Mal se desenvolve seja nos planos, na edição ou mesmo no visual.

De maneira geral, Corrente do Mal é um terror inegavelmente perturbador que constrói bem a tensão com o público e garante goosebumps até seu clímax eficiente. Um dos melhores filmes de 2015 até o momento.

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